quarta-feira, 9 de julho de 2008

ESCREVI ESTE TEXTO PARA A EXPOSIÇÃO...

ALDEMIR MARTINS – DE TODAS AS CORES
Desde que comecei a me interessar pela pintura, a obra de Aldemir Martins sempre me provocou um enorme fascínio pela simplicidade e precisão dos seus traços e, ao mesmo tempo, pela genialidade como ele trabalhava as cores. Para mim, ele era um verdadeiro ídolo, por isso sempre guardarei na memória as lembranças das minhas visitas ao seu ateliê e as muitas lições que aprendi com o artista Aldemir Martins e com o seu assistente e amigo Umberto Mateus.
Realizar uma exposição com a sua obra é a concretização de mais um sonho, principalmente porque as gravuras que compõem essa mostra retratam algumas das obras mais importantes desse artista e revelam um pouco da fase áurea de um dos mais importantes pintores brasileiros do século XX. Elas fazem parte de um conjunto de 20 giclées sobre tela, lançadas em 2004, pouco antes da morte do pintor, que ocorreu em fevereiro de 2005. Dentro dessa série de gravuras estão algumas das pinturas mais representativas da obra de Aldemir Martins e que pertenciam ao acervo do artista, como o “Gato Azul”, sobre o qual ele declarou: “Esta é uma obra que não me canso de visitar. Ela ilumina a casa onde Cora e eu moramos, no bairro do Ibirapuera, em São Paulo.”
No ano que antecedeu a sua morte, Aldemir Martins realizou a sua última grande exposição no MASP – Museu de Arte de São Paulo. A mostra foi uma retrospectiva das 7 décadas de dedicação às artes e ficou marcada pelo lançamento do livro-catálogo “Aldemir Martins por Aldemir Martins, da Editora Best Point. Lá estão todas as fases e temas de um dos grandes mestres da pintura brasileira, em capítulos divididos por décadas e, ainda, um especialmente dedicado à obra não-convencional de Aldemir Martins, que relembra os guaches utilizados nas aberturas das novelas “Gabriela” e “Terras do Sem Fim”, além dos logotipos, embalagens para caixas de fósforos e latas de sorvetes e tintas, ilustrações para crônicas, poemas, romances, contos e capas de discos.
Embora seja conhecido como o pintor dos gatos, a grandeza e a genialidade da sua obra vai muito além de qualquer título que o associe a uma única temática do seu trabalho, pois pintou o Brasil como nenhum outro artista da sua geração. Suas cores vibrantes, o traço preciso e a sua paixão por temas genuinamente brasileiros são a marca registrada do seu trabalho ao longo de setenta anos como pintor, desenhista, gravador e ceramista. A Exposição “Aldemir Martins - De Todas as Cores” é uma homenagem da Fundação Oviêdo Teixeira ao Grande Mestre da Pintura Brasileira, cinco décadas depois do prêmio de melhor desenhista na Bienal de Veneza de 1956.

Genilson Brito
Curador da Exposição

3 comentários:

Anônimo disse...

Estou curioso para ver esta técnica de perto. Espero vê-la aí no próximo feriado uqe tiver folga. Adicionei o seu blog. Se quiser dar uma olhada no meu entre em:
www.artedavicaramelo.blogspot.com

Abraços!

Anônimo disse...

Aldemir Martins é único.
O conhecemos de vista, quando mais ou menos recém-chegado a São Paulo participou de uma exposição no Espaço de Arte dos Diários Associados, lá na 7 de Abril.
Moço ainda, com uma pasta de desenhos debaixo do braço, circulou pelo Bar dos Artistas. Acho que era esse o nome.
Grande figura!!!
Deus o terá num lugar bem especial!
AMÉM1

João Filho disse...

Grande Genilson! Aqui é o João Filho, cheguei aqui buscando a Inha Bastos, depois que vc falou sobre a nossa vizinha. O figuratismo da Inha é interessantíssimo. Teu blog vai para os meus favoritos. Grande abraço e vida longa.